Elen de Moraes
Amor que no meu peito está gravado A ferro e fogo, feito tatuagem, No
teu coração foi sufocado Por solo árido em estiagem. Hoje o amor é só meu. Não te pertence mais!
À dança da
tênue luz das velas E dos perfumes que elas exalavam, Nossos corpos pintando aquarelas Em perfeita sintonia cadenciavam. Hoje
as telas são minhas. Não te pertencem mais!
Os planos que juntos acalentamos, Os instantes loucos que vivemos, As
juras de amantes que trocamos, Todas as vezes que nos pertencemos, Hoje são momentos meus, Não te pertencem mais!
Desse
amor sonhado, a eternidade Dissolveu-se nas brumas do meu desencanto, Causado por tuas infidelidades E pelas lágrimas
sentidas do meu pranto. Hoje o sonho é só meu, Não te pertence mais!
As carícias ardentes que trocamos Nos
momentos de total intimidade, Os beijos extasiados que não sufocamos Nos abraços de intensa felicidade, A conjunção
carnal que nunca evitamos, Transformaram-se em esmaecidas lembranças Do meu coração, em agonia, Pelo desvairado
amor Que me pertenceu um dia...
Hoje... São apenas devaneios De tudo que deixei para trás... Mas eu,
meu amor... Ainda sou tua! Não me pertenço mais!
(Rio de Janeiro, BR) Este poema consta da antologia poética internacional “TERRA
LUSÍTANA”
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